Talvez alguém que menosprezamos e desvalorizamos seja a nossa salvação. Talvez essa pessoa tenha a corda para arremessar em nossa direção e nos salvar da destruição iminente. No momento da crise é que se vê o que realmente tem valor. Desentendimentos, preconceitos, a cor a pele, diferenças, rótulos, posição social, etc. Tudo fica sem importância.
Somos dependentes do momento que somos gerados ao momento que morremos. Precisamos de alguém para nos nutrir quando na fase de gestação. Precisamos de alguém para nos retirar do ventre da nossa mãe ao nascermos e assim prossegue por toda a nossa vida. Nossos pais, cônjuge, parentes, amigos, professores, enfermeiros, médicos, colegas de trabalho e mais uma lista interminável de indivíduos que no decorrer da nossa história estenderam a mão para nos auxiliar.
A outra característica da solidariedade é a compaixão. A capacidade de sentir a dor do próximo, ver seu estado de desespero e estender a mão para ajudar. O sentimento de compaixão, por si só já é incrivelmente lindo, contudo, sem a ação é incompleto. Na solidariedade está a compaixão em ação.
A solidariedade via de regra é um processo reativo. Uma resposta a eventos catastróficos e a calamidades. Contudo o verdadeiro poder da solidariedade deveria estar na ação preventiva. A compreensão de que somos irmãos e responsáveis uns pelos outros certamente ajudaria a prevenir calamidades. Quantas lágrimas e prejuízos seriam evitados com uma ação solidária preventiva. A união de indivíduos, organizações não governamentais e do poder público através da educação, prevenção e respeito ao meio ambiente podem evitar que tenhamos a repetição de tragédias semelhantes no futuro.
Como diz o sábio Salomão: “O prudente vê o mal e se esconde: mas os insensatos passam adiante e sofrem a pena.”
(Moyses Ferreira)